Eles definiram Champagnat como “um tio muito leal”, cantaram para a Boa Mãe apesar de “ficarem sem voz” e deram melodia ao testamento espiritual de Marcelino.
Falar de Kairoi é falar de algumas das canções que nos acompanharam no mundo marista, geração após geração. A origem grega da palavra significa “um tempo de oportunidade”, um momento favorável para transmitir os valores do Evangelho aos jovens, falando-lhes com uma nova linguagem e apostando em uma Igreja aberta.
Foi em junho de 1979 que um grupo de jovens irmãos gravou uma fita cassete com 20 músicas intitulada “Jesus Lives”. Como resultado desse trabalho, a Editorial PPC entrou em contato com eles e, em outubro do mesmo ano, lançaram o disco ‘Jesus is the Lord’ (com a Editorial PPC e sua gravadora PAX).
O Kairoi foi se renovando ao longo de sua história, e hoje o grupo não existe mais, mas seu trabalho sim. Seja em encontros, comunhões ou celebrações religiosas, há a melodia marista que deu a volta ao mundo. Esse “momento de oportunidade” perdurou ao longo dos anos. Prova disso é que qualquer aluno marista é capaz de acompanhar a melodia de “Hoje serás Champagnat”, de bater palmas ao som de “Maria Música de Deus” e de se emocionar ao cantar “Boa Mãe”.
De Champagnat Global, tivemos a oportunidade de conversar com o Ir. Toni Torrelles, um dos fundadores do grupo musical, juntamente com o Ir. Eladio Gallego e o Ir. Miquel Cubeles.
Como surgiu o Kairoi e qual era o papel de cada um no grupo?
Durante o período de formação marista, éramos um grupo de alunos em formação e irmãos com uma sensibilidade musical criativa que se colocaram a serviço do projeto “Comunidade marista Kairoi”. Ao mesmo tempo, entramos em contato com a Renovação Carismática e apresentamos nosso primeiro disco, “Jesus is Lord”, a pedido desse movimento espiritual.
Por que vocês decidiram criar o Kairoi?
Foi a possibilidade de colaborar nas diversas criações e apresentá-las em formato de disco, fita cassete e CD para a Igreja local espanhola: Kairoi (tempos de oportunidade, da presença de Deus).
O que o Kairoi significou para sua vida?
Uma tensão espiritual criativa a serviço da missão marista. Um espaço de evangelização compartilhada com concertos e testemunhos. Uma experiência de sinodalidade entre irmãos e leigos que fizeram parte do grupo em diferentes etapas.
Como você acha que sua música influenciou as escolas maristas?
Vejo que muitas das mensagens que transmitimos acompanharam a dinâmica da animação marista. Musicalmente, sempre fomos “amadores”, mas sabíamos quando uma melodia poderia chegar às gerações em cada etapa.
Por que você acha que é necessário estudar música na escola?
Mais do que “estudar” música, eu falaria em “praticar” música: cantar, dançar, criar, ouvir, interpretar… Para sentir de uma maneira diferente as realidades que nos cercam, o poder das canções, a força da música de todos os tempos, a experiência de fazer isso com os outros…
Que conselho você daria para os alunos que querem começar na música?
Não acho que eu seja o melhor conselheiro nesse caso, mas acho que toda “pequena paixão” deve ser desenvolvida o máximo possível. A música é uma boa companheira para o crescimento humano e espiritual.

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(*) Este artigo também inclui a participação do Ir. Eladio Gallego e do Ir. Miquel Cubeles.